"Uma criança, enferma a maior parte de sua vida, e sua família provaram que neste mundo também existe verdadeiro amor, que é dedicação. Sem saber, ela ensinou os outros a ser ainda mais unidos e mais amorosos, eles que tudo dariam para preservar a luz daquele seu tesouro, mas tiveram de se render ao destino, à enfermidade, à morte – não importa o nome. Junto com o sofrimento, ficaram para sempre a claridade, a doçura e a força que vão continuar emanando dessa dura experiência transformadora, e daquela figura travessa, inquieta, corajosa, de grandes olhos escuros que me fitaram tão sérios quando lhe perguntei brincando:
– Você não quer um dia desses dar uma volta comigo na minha vassoura de bruxa?
Sem traço de dúvida ou hesitação, ela disse:
– Eu quero!
Menininha que iluminou este mundo tantas vezes feio e cruel, você vai continuar entre nós, na memória de sua passagem breve como a de uma lanterna mágica que vara o céu. Mas esse passeio eu fiquei te devendo. Um dia, quem sabe, quando todos formos poeira de estrelas."

( Procurando descrever o sentimento de perda, deparei-me com este texto de Lya Luft - escritora, publicado na revista Veja, edição 2129, o qual com muita semelhança, reflete a passagem de Jéssica em nossas vidas...Um dia nos encontramos...)


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